Dono de frota, governo gasta R$ 486 mil em táxi aéreo e faz novo contrato
Segundo a administração estadual, contrato com a Amapil Táxi Aéreo é medida de prevenção
Mesmo com a frota aérea “em dia”, o governo do Estado fez licitação para locar aeronave por hora de voo. Lançado em novembro de 2018, com direito a duas sessões sem interessados, o pregão eletrônico foi vencido pela Amapil Táxi Aéreo Ltda, única participante.
No ano passado, a mesma empresa recebeu R$ 486.725,87 da administração estadual. Conforme o Portal da Transparência, a maior parcela foi paga pela Segov (Secretaria Estadual de Governo e Gestão Estratégica): R$ 309.171,15. O restante foi desembolsado pelo Fundo Especial de Saúde (R$ 122.774) e Fundo de Investimentos Esportivos (R$ 54.779).
Segundo a assessoria de imprensa do governo, a contratação de horas de voos é uma medida preventiva, caso aeronaves do poder público estejam em manutenção.
Após dois resultados desertos (sem interessados), o pregão realizado em 15 de janeiro teve proposta inicial de preço de R$ 3.500 por hora de voo, valor que foi reduzido para R$ 3.325 pela Amapil. O resultado da licitação foi divulgado na última sexta-feira (dia primeiro de fevereiro).
De acordo com o tenente-coronel Rosalino Gimenez, coordenador do Hangar do Estado, que fica no Aeroporto Internacional de Campo Grande, o setor tem, atualmente, seis aeronaves e um helicóptero.
Aviões apreendidos ficam no hangar do governo e sempre levantam temor de desperdício de dinheiro público. (Foto: Kisie Ainoã)
As aeronaves são usadas para transporte de passageiros, como o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), apoio a secretarias, transporte de órgãos para transplante e policiamento.
Cemitério – Ao lado das aeronaves do governo, chama atenção um ferro-velho de aviões apreendidos, rotineiramente confundido como patrimônio da administração estadual.
Gimenez conta que o Ministério Público fez vistoria e muitas pessoas fazem fotografias do local temerosas de que se trate de patrimônio público. Na lista de aeronave com pendências judiciais aparece o Cessna PT-JSL. Fabricado em 1974, ele foi aprendido em 2006 pela Polícia Federal por ser produto de furto.
Em setembro de 1980, um Cessna com o mesmo prefixo caiu quando rumava para o Aero Rural, a queda foi próximo à avenida Eduardo Elias Zahran, em Campo Grande. O caso foi noticiado pelo jornal Correio do Estado.
Perto do Cessna, está um Embraer, com matrícula PT-NQJ, e fabricado em 1982. A aeronave consta nos registro da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) como propriedade de uma empresa de Corumbá.